segunda-feira, 27 de setembro de 2010

# diário de um quase amor 05


Perco meus passos diante a velocidade deste mundo louco e na corrida contra o tempo,tudo o que eu encontro,é o meu destino.Talvez fosse mais fácil se você ao menos me olhasse nos olhos.Eu continuo mesmo assim,procuro trair o destino da maneira mais sutil para que ninguém perceba,traio meu ego,traio minha alma,tento atrair disfarçadamente pólos timidamente iguais aos meus,mas que inevitavelmente se repelem sem pudor.

Permito-me olhar algumas fotos e mais alguma coisa que me lembre você,olho para cima e traio a lembrança com o esquecimento,mas sempre volto,a lembrança me espera em casa.

O esquecimento me propôs uma noite,um mês ou dois.A lembrança me propôs o infinito,eu só deveria encontrá-lo.

Meu peito armazena as ousadas lágrimas que insistem em queimar,só para eu morrer mais um pouco,eu só queria saber por que a lembrança não me olha nos olhos mais uma vez? O destino responderia caso eu libertasse essas lágrimas traiçoeiras.

A lembrança e o destino contra minha razão e o esquecimento.Ninguém acreditaria se eu contasse.

Volto para casa e a lembrança me aguarda,me toma em seus braços,mas não me olha nos olhos.É quase um disfarce.

Fecho os olhos e te vejo,acordo rumo ao esquecimento,pensamento vago em vão,alguém clama teu nome,então meu coração segue em descompasso,grita,pula,chora,reage contra a minha razão.Reviro o meu quarto e tudo o que eu tenho,são as mãos trêmulas,os olhos fechados e música nos ouvidos.Músicas que não ousam traduzir palavras,mas que me contam cada detalhe sobre você.

A noite cai e a Lua oferece seu caloroso silêncio.Tudo o que eu preciso,é trair o esquecimento com a verdade.Dentro de mim,hoje é o infinito.

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